Mais de 90% dos desempregados da região metropolitana são negros

Por hora, a mulher negra ganha R$ 5,13, enquanto o homem não-negro ganha R$ 10,06 pelo mesmo período de trabalho

 

A grande maioria dos desempregados de Salvador e
região metropolitana é negra. Os dados são de um levantamento divulgado
nesta terça (13) pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais
da Bahia (SEI) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O estudo mostra que os negros correspondem a 92% dos
desempregados na região. Segundo o estudo, baseado em números da
Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), do IBGE, o percentual é bem
superior ao da população negra que está ocupada, equivalente a 88,4%.
A pesquisa mostra que, entre 2010 e 2011, houve uma
pequena melhoria nas disparidades entre negros (pretos e pardos) e
não-negros (brancos e amarelos) no mercado de trabalho da região, mas as
desigualdades persistem.
“Nota-se que, apesar da criação de novas posições de
trabalho, que reduziu a proporção de desempregados negros, ainda
persistem os mecanismos de recrutamento que destinam as condições mais
precárias e de menor remuneração para essa população, perpetuando a
desigualdade e replicando a discriminação”, disse o economista da PED,
João Teixeira.
A pesquisa mostrou, por exemplo, que as mulheres
negras ganham praticamente metade do homem não-negro, em média. Por
hora, a mulher negra ganha R$ 5,13, enquanto o homem não-negro ganha R$
10,06 pelo mesmo período de trabalho.

Por segmento da economia, o levantamento indicou um
aumento da participação de mulheres negras na indústria (14,8%). “Em
2010, eram 27 mil mulheres negras na indústria. Em 2011, esse número foi
para 31 mil”, destacou Ana Margaret Simões, do Dieese. Porém, 118 mil
delas, quase 20%, ainda se dedicam ao trabalho doméstico.

 


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